31 de julho de 2013

31 de Julho: a data que está em nossos corações

Fugindo um pouco das resenhas, hoje viemos falar sobre algo que pode ter sido fundamental para mudar nossas vidas no sentido de que, com a vinda disso, a leitura no Brasil foi impulsionada de certa forma que hoje podemos ver os grandes sucessos de vendas, e cada vez mais novos leitores surgindo por todos os cantos.

Estamos falando de alguém que faz aniversário hoje, e que deixou muitos fãs pelo mundo durante os anos: HARRY POTTER.


Eu (Rafael) e a Joana, vamos contar um pouco sobre como este bruxinho e tudo o que vem por trás do nome Harry Potter influenciou nossas vidas literárias. Vocês podem nos distinguir pelas cores, azul para mim e vermelha para a Jô.

Vamos lá!

É comum ouvir entre os fãs de Harry Potter histórias de como Harry foi importante porque ensinou que ler é divertido. Que Harry foi quem abriu as portas para outras séries, outras leituras. Não foi isso que aconteceu comigo. 

Eu sempre gostei de ler. Não tenho nenhuma memória da minha vida que não tenha algum título ou autor extremamente relacionado. Sempre gostei de séries e livros grandes nunca me assustaram. Eu sou aquela menina que se lembra da felicidade de aprender a ler só porque significava que não ia mais precisar da ajuda de outros para encontrar histórias. Eu sou a criança que achava que brincar era ficar em casa lendo. Eu sou a adolescente que deixou de sair para terminar um livro (tá, vamos ser sinceros e dizer que isso não aconteceu MUITAS vezes). E eu sou a adulta que, não só lê o tempo inteiro como ainda usa seu tempo livre para escrever sobre livros. 

E, Harry existindo ou não isso não seria diferente. 

Já comigo foi um pouco diferente. Quando pequeno, eu tinha certa preguiça de ler, principalmente para as provas de livros da primeira série. Ler não era algo que eu realmente queria estar fazendo com 7 anos de idade. Eu tinha outras coisas para me distrair, como desenhos e videogame. E quando precisava alugar livros na biblioteca da escola, pegava os com mais ilustrações. :)

Lá para a 3ª série foi que comecei a gostar mais de poesia, mas não me arriscava com livros maiores como os de Monteiro Lobato. Mas, no final do ano de 2001, tudo iria mudar: Harry Potter e a Pedra Filosofal chegou aos cinemas brasileiros.


Mas, Harry mudou a minha vida também. E, por mais que eu tenha sim ficado na fila para comprar assim que cada um saía em inglês. E, por mais que eu tenha lido os três últimos com voracidade suficiente para terminar em menos de uma noite, Harry não mudou a minha vida literária. Harry mudou a minha vida

Sim, Harry Potter mudou as nossas vidas.

Sempre que passava pela vitrine da livraria Nobel no shopping da cidade, e os três primeiros livros da série estavam expostos, minha mãe me chamava e mostrava, "olha, o livro do filme que vai sair", e eu: "ahn...".
Pelo o que me lembro, A Pedra Filosofal foi o segundo filme que assisti no cinema, com meus pais (Simão, o Fantasma Trapalhão foi o primeiro, só para constar). Fiquei magicamente encantado com tudo aquilo. Era tudo muito divertido, perfeito. Eu queria estar lá, queria ter poderes, queria levitar as coisas... eu queria ser Harry Potter!

Dias depois eu estaria, então, revivendo as aventuras do menino bruxo ao ler o livro inicial de uma série que sequer tinha chegado à metade, na época. E, contrariando minha preguiça de ler, as quase 300 páginas nunca me assustaram. E esta foi a faísca que acendeu-me para o maravilhoso mundo dos livros.

Além de todos os aprendizados inerentes ao livro: ser corajoso, ser leal aos seus amigos, acreditar em seu potencial, acreditar nas coisas que estão na minha cabeça e muitos, muitos outros, Harry me deu a minha irmã.

Não, não é uma grande amiga que virou tão próxima que é quase uma irmã. É minha irmã de verdade. A caçula, 3 anos mais nova do que eu. Assim que eu li o primeiro, coloquei em suas mãos e a obriguei a ler. Ela não era uma grande leitora. Mas leu. E gostou. E nunca mais parou de ler. Ela se formou em Letras e tem uma paixão por literatura infanto-juvenil que ultrapassou a minha. E, ao dividir o Harry com ela, aprendemos a dividir nossas vidas. 


O encanto da série de livros e de filmes me causou o efeito Pottermaníaco. Eu queria ter tudo, colecionar tudo, saber tudo sobre o mundo de Harry Potter. Comecei um blog, tinha os livros, tinha camisetas, tinha chaveiros, tinha os jogos, queria os action figures (mas eram caros demais), quase importei um jogo de cartas em inglês aos 9 anos (mesmo sem saber nada de inglês), guardava notícias de jornais sobre a série, tinha fichário, cadernos, bloquinho de anotações... Eu estava fissurado! Foram épocas incríveis.

Já contei que quis fazer/meio que fiz um Torneio Tribruxo na escola, né? 

Ao ler o Harry em poucas horas, não só matava a minha curiosidade. Lia rápido porque minha irmã era a próxima e quanto mais rápido ela lesse, mais rápido poderíamos discutir sobre o assunto. E quantas noites passamos discutindo os acontecimentos e as previsões do que ia acontecer? E quantas vezes dividimos nossos trechos preferidos e nossas frustrações? E quantas vezes as discussões sobre Harry não se tornaram conversas sobre nossos próprios medos, frustrações e previsões?

E depois dessa primeira vez, nunca mais paramos de trocar. Ela me deu Austen, eu dei Hunger Games. Ela me deu Percy e eu dei Divergent. Eu dei Shakespeare e Crepúsculo. Ela me deu Nárnia. Eu dei um medo e ela me deu coragem. Ela me deu um problema e eu dei a solução. E toda vez que eu pego um livro ela é a primeira pessoa que penso. E tenho certeza que o inverso também acontece.

Sim, talvez a gente pudesse ter tudo isso sem o Harry. Mas, por causa do Harry, com certeza nós temos

Diga que é clichê. Diga que é balela. Diga o que quiser. Só não pode dizer que Harry não foi nada.

J. K. Rowling, ao rascunhar a história lá no início da década de 90, não tinha ideia do que é que ela tinha nas mãos, e que aquela simples história tomaria proporções tão grandes a ponto de tocar corações e mudar vidas. E mudá-las completamente.


Palavras nunca são suficientes para expressar aquilo que sentimos. Assim como Harry fez tanta diferença em nossas vidas, temos certeza de que ele também fez para a sua. 

Não é incrível pensar uma história fictícia foi/é tão real em nossas mentes? 

Hoje, dia 31 de Julho é também o aniversário da nossa mãe literária, diva, J. K. Rowling


Falamos bastante, e esperamos que tenham gostado desse post diferente, elaborado com tanto carinho.
Digam-nos vocês, aí nos comentários:

Como Harry Potter influenciou a sua vida literária?
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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
@rafaschiabel Skoob Tumblr

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