A coluna Autores e seus Personagens, que antes permanecia em terras inglesas durante seu primeiro ciclo, falando sobre os grandes mestres por trás de personagens curiosos e marcantes, caminha agora na direção de outro plano de fundo. América, aqui vamos nós! Um novo ciclo da coluna começa — novos personagens, novos autores.
Confesso que fiquei horas, segurando certo livro (depois revelo qual) e pensando em como começaria esse post para falar de Stephen King. Realmente este é um autor norte-americano bem peculiar e seus personagens são, no mínimo em seu próprio semblante, estranhos. Se quiser, chame-os de exóticos, mas não negue que são verdadeiramente criativos.
Caminhões que ganham vontade própria (inexplicavelmente) e saem por aí matando e espalhando o terror, um carro assassino com nome de mulher (movido por sentimentos vingativos), monstros incomuns e uma gama de personagens circundados por uma aura sobrenatural ou inocentemente mortais. Será difícil citar alguma coisa que já não tenha caído nas mãos dele e se transformado em personagem para algum de seus romances ou contos. Stephen King é, sem dúvida, um lunático, mas incrivelmente grandioso. :D
QUEM É STEPHEN KING?
Atualmente com 64 anos, Stephen King é reconhecido como um dos mais notáveis escritores de contos de horror fantástico e ficção de sua geração, ou seja, ele é o melhor até o momento. Seus livros foram publicados em mais de 40 países e muitas das suas obras foram adaptadas para o cinema. Embora seu talento se destaque na literatura de terror/horror, ele escreveu algumas obras de qualidade reconhecida fora desse gênero e cuja popularidade aumentou ao serem levadas ao cinema, como nos filmes Conta Comigo, Um Sonho de Liberdade (contos retirados do livro As Quatro Estações), Christine, Eclipse Total, Lembranças de um Verão e À Espera de um Milagre.
Demorou alguns anos até ele receber o reconhecimento merecido. King não ficou famoso da noite para o dia. Ele teve que suar a camisa, literalmente. Para sustentar a mulher e os dois filhos, King trabalhava numa lavanderia e escrevia seus contos nas horas vagas, que se transformavam em mais um poço de renda alternativa. Os contos de terror/horror eram vendidos (a preço de banana, diga-se de passagem) para revistas, em sua maioria, masculinas. Quando os filhos precisavam de dinheiro, por motivos de saúde, sua mulher virava para ele e dizia — Depressa, Steve, pense num mostro.
Bem, a obra que levou Stephen King aos holofotes, tirando-o da pobreza e da obscuridade, é o livro que fiquei segurando por horas até o post começar a fluir. Trata-se do primeiro romance de King, o qual, é o único que guardo a sete chaves na minha estante. Quem nunca ouviu falar daquela garota estranha, que os colegas do colégio zombavam sempre; da noite do baile, o sangue em suas roupas, sim, aquela garota com habilidades especiais, pois bem, estou me referindo a "Carrie, a estranha" (spoilers no link).
Ainda criança, King testemunhou um acidente horrível — um de seus amigos ficou preso em uma ferrovia e foi atropelado por um trem. Muitas pessoas falam que isso inspirou seu lado negro e suas criações perturbadoras, mas ele mesmo descarta essa ideia.
King escreveu Carrie, mas não gostou do resultado, portanto jogou tudo no lixo. Sua esposa pegou o manuscrito no lixo, leu e adorou. Foi ela quem fez King levar o livro até um editor que decidiu publicá-lo.
Em 1999 Stephen King sofreu um acidente gravíssimo. Foi atropelado durante uma de suas caminhadas. Perdeu a memória, fraturou o quadril, quebrou a perna e teve danos pulmonares. Mas se recuperou.
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