17 de março de 2014

Você já viu uma Mary Sue por aí?

A língua inglesa é capaz de criar expressões muito interessantes... Especialmente quando se refere a literatura...

Uma delas faz parte de um universo muito discutido aqui no Lembra, a Young Adult (que já conversamos sobre aqui): a Mary Sue.

Você até pode não saber o nome dela mas, aposto, que conhece várias. Mary Sue é um personagem, do sexo feminino que é incrível. Ela é mais bonita/inteligente/poderosa do que imagina e vai precisar que o “mocinho” aponte isso a ela constantemente. 

Está sempre no meio das aventuras (normalmente causando mais problema do que ajudando) e a maioria dos personagens masculinos eventualmente vai se apaixonar por ela e as personagens femininas, muito provavelmente, vão morrer de ciúmes. Já reconheceu alguma?

Mas, de onde veio a expressão?

As Marys Sues são comumente associadas a “fan fictions” (histórias dentro de um universo específico escritas por fãs), inclusive, a primeira vez que foi usado foi em referência a uma história criada por uma fã de Star Trek. A personagem Mary Sue era a mais jovem e melhor tenente da frota, com apenas 15 anos.

Uma teoria comum é que a Mary Sue, na verdade, era uma inserção do próprio desejo do autor de estar dentro da história. E, enquanto elas se mantinham sendo escritas por fãs era só uma característica divertida.

Mas, com o crescimento dos livros auto-publicados e a popularização de obras YA, o que vem sendo percebido (e criticado) é a inclusão da Mary Sue nas histórias originais.

É claro, a obra que trouxe à tona a discussão de colocar uma Mary Sue óbvia para o papel de protagonista foi Crepúsculo. Bella é um exemplo cristalino do arquétipo: todo mundo acha que ela é especial/linda menos ela própria. O “mocinho” se apaixona perdidamente por ela. Ela que causa basicamente todos os problemas da série e, ainda por cima, no clímax da história ela se descobre mais poderosa que todos e seus poderes, no final das contas, salvam o dia.

Vocês podem ser perguntar... E qual é o problema da protagonista ser uma Mary Sue? Na verdade, nenhum. Muitos autores conseguem pegar uma Mary Sue e a desenvolver para algo mais (Katniss, por exemplo). O problema é que pode se tornar um artifício preguiçoso para não precisar desenvolvê-la para algo mais: afinal, é fácil gostar da Mary Sue, e sua capacidade inata de se meter em enrascada já cria todo o drama necessário. Então, não é que seja errado per se e sim como você a usa na história e como a desenvolve em algo a mais do que uma "donzela em perigo" que todo mundo quer proteger.

Quem aqui consegue listar mais alguma “Mary Sue”???

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Joana

Sobre o autor

Joana Aquariana, carioca. Devoradora de livros, viciada em séries e sol. Leio na praia, no ônibus, no carro, no computador, no sofá, na cama, no banheiro, andando, correndo e, às vezes, até tomando banho.
Página do Facebook www.asletrasdajo.blogspot.com

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