28 de março de 2012

Resenha: O Clube dos Suicidas, de Robert Louis Stevenson

Título: O Clube dos Suicidas
Título Original: The Suicide Club
Autor: Robert Louis Stevenson
Editora: Rocco Jovens Leitores
Páginas: 128

Sinopse:
Antecipando-se ao moderno romance policial, numa verdadeira "extravagância literária" para os padrões da época, O Clube dos Suicidas apresenta um grupo de cavalheiros que querem se matar, mas não têm coragem. No intuito de investigar esta curiosa associação, o destemido príncipe Florizel e seu fiel confidente Coronel Geraldine não sabem que, ao entrarem como sócios, podem ser sorteados a assassinar um dos membros, transformando a investigação numa complicada e sinistra aventura. Afinal, quem arquiteta esses crimes sob a fachada do clube? Nesta novela perturbadora e envolvente, Stevenson, além de entreter o leitor e mantê-lo com os sentidos aguçados da primeira à última página, faz um minucioso levantamento dos costumes do século XIX, conduzindo a ação com admirável desenvoltura e criando personagens inesquecíveis.


O livro é uma coletânea de três historietas organizadas por Fernando Sabino, quem faz a introdução desta edição.

A primeira delas é a mais significativa do livro, porque nela é apresentado o Clube dos Suicidas através do Príncipe Florizel e o Coronel Geraldine, que se metem a descobrir, destemidamente por parte do príncipe, como funciona o tal clube. E posso lhe falar que é assustador e simples participar da brincadeira. É tudo uma questão de sorte. Ou azar. Uma combinação de cartas pode te colocar uma arma na mão, ou uma bala no peito, por assim dizer. Esta intitula-se A história do rapaz com as tortinhas de creme.

Segue-se pelA história do médico e o baú de Saratoga a desventura de Silas Q. Scuddamore, um jovem americano rico e avarento, de temperamento simples e bondoso, que resolvendo apreciar as atrações de Paris, hospeda-se num hotel barato, a quem tem como vizinhos Madame Zéphyrine, uma condessa elegante que tenta atrair sua atenção e Dr. Noel, um velho médico inglês, de reputação duvidosa. Após longa apresentação do contexto, a história fica interessante quando um corpo é encontrado no quarto de Silas, que, sem qualquer culpa de tal assassinato, é uma vítima gratuita de uma brincadeira de mau gosto. O desafio é sair sem ser o culpado pela tragédia.

Cabriolé (lê-se "cabriolê")
Percebe-se certa ligação entre os três contos quando chega-se à última, A aventura do cabriolé, que conta a volta do tenente Brackenbury Rich a Londres. Saído de um jantar solitário no clube militar e acometido pela chuva surpresa, na primeira oportunidade acomoda-se num cabriolé de aluguel (carruagem). O pedido para que o cocheiro levasse-o para onde quisesse foi atendido, e foi deixado à porta de uma casa festiva, sendo agraciado como um dos seletos e estranhos convidados, todos observados atentamente por sr. Morris, o anfitrião. A festa pode ser mais do que aparenta, com um bom desfecho para a história do Príncipe Florizel.

Robert Louis Stevenson, autor dos clássicos A Ilha do Tesouro e O Médico e o Monstro, não detém à sua escrita o descritivismo, mas como os contos devem ser, ao objetivismo. Os personagens são bem caracterizados (dentro das limitações dos contos) e marcam presença. Podemos perceber toda a diplomacia para se resolver as questões entre os personagens. Achei interessante, porque estamos tão acostumados com os personagens (só personagens?) "partindo pra ignorância" que destaco tal ponto do livro. Isso tudo porque foi escrito no século XIX, e com a boa tradução e adaptação, o livro não ficou carregado e difícil de se ler.

O Clube dos Suicidas é tido como o "precursor do romance policial de Sherlock Holmes e outros", no entanto, não espere profundidade, nem muitas explicações. É um bom livro para quem busca por clássicos e/ou para quem quer uma leitura alternativa.


   ~ Links ~   

O Clube dos Suicidas pode ser encontrado em:
Skoob    

Submarino.com.br 


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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
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