30 de maio de 2012

Resenha: Jogador Nº1, de Ernest Cline

Título: Jogador Nº1
Título Original: Ready Player One
Autor: Ernest Cline
Editora: LeYa
Páginas: 464

Sinopse:
Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade.
Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna.
Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em Oasis. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época que o mundo era um bom lugar para viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência.
A vida, os perigos, e o amor agora estão mais reais do que nunca.

Ernest Cline nos agraciou com uma obra extremamente geek que envolve alta tecnologia, uma sociedade destruída, uma volta ao passado, uma aventura pelo universo e a busca por um Ovo de Páscoa.

Fenômeno de vendas nos Estados Unidos, Ready Player One, ou Jogador Nº 1, é um misto de inovações tecnológicas em um mundo destruído e pobre sob forte crise de energia. As pessoas vivem em trailers empilhados, em condições muito ruins, em locais perigosos, no ano de 2044. A única forma de escapar da dura realidade cotidiana é colocando seu equipamento especial e fazendo login no OASIS, o universo virtual. Nele, é possível ser e fazer qualquer coisa, inclusive estudar em uma escola regularmente. Isso te lembra alguma coisa?

Imaginei o OASIS o tempo todo como o jogo Second Life.
(Fonte: Baixaki)
Wade Watts é um caça-ovos. Assim são chamados aqueles que estão em busca do Easter Egg (Ovo de Páscoa) escondido no OASIS por seu criador, James Halliday, muito fã dos anos 80, falecido há alguns anos. Um concurso foi iniciado no dia de sua morte: aquele que encontrar as três chaves, de cobre, de jade, e de cristal, e passar pelos desafios dos três portões que elas abrem receberá como prêmio toda sua fortuna.

"Três chaves escondidas abrem três portões guardados
E três boas qualidades deverão ser inerentes ao errante avaliado
Quem demonstrar ter os exigidos predicados
Chegará ao fim, onde o prêmio será alcançado"

Desde então, vários usuários abandonaram suas vidas reais e passaram a se dedicar exclusivamente a encontrar o Ovo de Páscoa de Halliday, inclusive Wade. Assim temos a longa jornada de Parzival (seu avatar no OASIS) em busca do prêmio. Conhecemos outros personagens marcantes como a ácida blogueira Art3mis, o melhor amigo Aech e os irmãos Shoto e Daito.

Sabe, disse "longa jornada" ali em cima, mas considere como uma jornada épica. Cinco anos de tentativas e nenhum jogador havia encontrado nada sobre a chave de cobre. Duvidavam se o concurso não passaria apenas de uma brincadeira de mal gosto de seu criador, até que Parzival tem seu nome preenchido em primeiro lugar no ranking, e uma revolução acontece no OASIS.

Capa animada. (Fonte: blog do livro)
Não só os caça-ovos estão à procura do prêmio, mas uma empresa de comunicações multinacional e maior provedor de serviço de Internet do mundo, chamada IOI (Innovatine Online Industries), também está, e usa de quaisquer recursos para tentar encontrá-lo e tomar o controle de todo o OASIS.

Você já pode imaginar quantas coisas têm para acontecer, te chocar e surpreender, nas 464 páginas de Jogador Nº 1? Pode ter respondido que sim, mas na verdade não. É mais do que pode imaginar.

Muita tecnologia, aventura, jogos de videogame, cultura pop dos anos 80. Queria ter amado o livro e não ter que falar o que não me agradou, mas alguns quesitos deixaram a desejar, e um em especial, me deixou chateado (veja bem, este foi um problema pessoal com a leitura). Gostei muito, mas não amei.

Muitos acontecimentos foram contrários ao que eu imaginava que viria a seguir. A narrativa é bem fluida e não dá vontade de parar, mas o autor não usa as frases, ou a narração em si, de forma com que criem um mistério, um efeito. Os acontecimentos e as descrições são lineares e os feitos, por mais importantes que sejam para a história, passam como sendo a coisa mais normal do mundo. Ex.: Parzival finalmente consegue a chave de cobre, algo fenomenal, esplêndido, mas a narração fica algo do tipo (criei agora) "Então Parzival ganhou a chave de cobre e guardou no inventário"... cadê a emoção? Mas a história é mais, acredite.

E o ponto que mais pesa para mim é que o livro é totalmente recheado (bem enfático, mesmo) de elementos da cultura pop dos anos 80! Todas e quaisquer referências a filmes, jogos, livros, durante toda a história são unicamente dos anos 80. E por mais que eu conheça os jogos, as músicas e alguns filmes dessa década, nunca vou aproveitar cem por cento do que o autor quis passar nesse livro, porque eu não vivi esta época!

Jogador Nº 1 merece ser lido ainda que minhas opiniões sejam chatas como você acabou de ler. Indico e recomendo. Pode comprar até de olhos fechados se gosta dos elementos que já citei: aventura, tecnologia, elementos de RPG, mundo distópico e uma história inesquecível. E se tiver lembranças ou tiver vivido a década de 80, leitura obrigatória!

Lembrando que o livro virará filme pela Warner. Já estou ansioso.


   ~ Links ~   

Jogador Nº 1 pode ser encontrado em:

Submarino.com.br


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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
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