19 de agosto de 2011

Filme: Chicago





Chicago
Chicago
2002
EUA
Musical
100 minutos

Direção: Rob Marshall
Roteiro: Bill Condon
Baseado na Obra de: Maurine Dallas Watkins


© 2002 Miramax Films
Em 2001 o estilo musical veio à tona com o exuberante Moulin Rouge - Amor em Vermelho, que tomou espaço na sétima arte ao arrecadar inúmeros prêmios e, dentre eles, o de Melhor Filme na cerimônia do Oscar, feito que não acontecia com um musical desde o longínquo O Show Deve Continuar, de 1979.


A história de amor entre um rapaz perdido em Paris e uma atraente e talentosa dançarina da casa de shows mais tradicional da capital francesa encantou público e crítica, além de mostrar uma produção muito competente e comprometida com a ideia de se fazer um belo filme.


Já em 2002, o então diretor de peças teatrais Rob Marshall estreiou em um longa, e, diga-se de passagem, estreiou com o pé direito. Veterano em coreografar números de danças para peças da Broadway, o rapaz decidiu adaptar o musical Chicago, de Maurine Dallas Watkins, sucesso nos Estados Unidos e Europa dos anos 70 até os anos 90, para a grande tela.


© 2002 Miramax Films
O roteiro ágil, entremeado e sagaz de Bill Condon mostra a história de Roxie Hart (interpretada pela geralmente sem-sal Renée Zellweger), uma aspirante a artista que busca incessantemente a fama nas casas noturnas. Ela é casada com o bobalhão Amos Hart (interpretado pelo ator certo, John C. Reilly), mas o trai com aquela velha personagem que promete apresentá-la à alguém que a levará à fama. Isso, obviamente, não acontece, e Roxie assassina o amante.


Com isso, ela é levada à uma prisão especial para mulheres, encontrando lá Matron "Mama" Morton (interpretada de forma divertida por Queen Latifah), a diretora corrupta da prisão e Velma Kelly (interpretada pela belíssima Catherine Zeta-Jones), cantora e dançarina de uma casa noturna, que assassinou o marido e a irmã.


© 2002 Miramax Films
É nesse meio que Roxie encontra a oportunidade única de ficar famosa, afinal é lá que o advogado canastrão Billy Flynn atende as detentas, transformando seus casos em verdadeiras notícias midiáticas, dando de bandeja motivos de sobra para os tablóides e jornais da época aproveitarem-se e divulgarem fofocas para toda a cidade.


Um ponto muito favorável ao filme é, invariavelmente, os números musicais: não só pela qualidade em si de cada coreografia ou letra de música, mas como eles estão dispostos ao longo da película; a maioria deles estão na imaginação de Roxie (não é à tôa que o primeiro take de Chicago é a câmera adentrando a retina da personagem, para logo depois o luminoso com o título acender com todo o seu glamour laranja-neon).


© 2002 Miramax Films
A forma com que Bill Condon costurou o roteiro transformado da peça teatral, mostrando a história em si e a imaginação, os desejos, os números criados pro Roxie, é agradável de se assistir, até pelo público que não gosta de musicais e toda as cantorias e danças (muitas vezes exageradas).


Chicago, porém, é um musical que chama a atenção do espectador por mostrar-se de forma exuberante, mas não casativa, além dos números musicais muito bem construídos, como a sequência da prisão, onde cada mulher conta o porquê de estar no lugar. Esse número em especial alia uma bela fotografia com uma edição de cortes e sons de cair o queixo.


© 2002 Miramax Films
O filme, portanto, tem seus méritos graças a duas coisas: a direção firme de Marshall e a competência de Catherine Zeta-Jones e Renée Zellweger. Ele põe em prática toda a experiência depreendida da Broadway, montando coreografias sensacionais e cenas já clássicas no cinema atual; elas esbanjam beleza (nesse quesito Zeta-Jones ganha, com toda a certeza), carisma, talento e um canastrismo impagável (ponto para Zellweger na cena de seu monólogo: uma das melhores do filme, tanto no texto, quanto na música).


Creio que há apenas uma exceção: Richard Gere. Parece que o papel de advogado boa-pinta não caiu muito bem em seu físico ou nos seus trejeitos como ator, apenas ressaltando uma boa atuação na cena em que Roxie transforma-se (literalmente) em uma marionete em suas mãos. Mesmo assim, o crédito advém mais da atuação de Renée Zellweger do que da de Gere.


© 2002 Miramax Films
Chicago é um filme divertido, dinâmico, colorido em seus tons e muito bem-humorado. Não é uma obra de arte da história do cinema, mas é um musical a ser assistido e admirado, com um desenvolvimento fácil de ser apreciado e com um final no ponto certo: exuberante e explosivo, assim como a busca de Roxie pela fama.

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Ewerton

Sobre o autor

Ewerton Estudante de Letras, gosta de escrever, ler e analisar tudo o que está em alta (ou não) no mundo pop atual e antigo. Curte música pop e indie e, nas horas vagas, brinca de ser crítico de cinema.
@ewertonmera A Bombonière

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