23 de dezembro de 2011

Filme: Harry Potter e a Pedra Filosofal


Harry Potter e a Pedra Filosofal
Harry Potter and the Sorcerer’s Stone
EUA / Inglaterra
2001
Aventura
152 minutos

Dirigido por: Chris Columbus.
Escrito por: Steve Kloves.
Baseado na obra Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. K. Rowling.
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Alan Rickman, Richard Harris.     

Os primeiros acordes do tema escrito por John Williams acompanhados pelo logo da Warner Bros. e, em seguida, a abertura da imagem com a célebre placa indicando a Privet Drive são suficientes para arrepiar a coluna de qualquer fã da série Harry Potter. Desde a publicação do primeiro livro escrito por J. K. Rowling e seu rápido sucesso, crianças e adolescentes esperaram ansiosamente por notícias de uma futura adaptação para o cinema. Como o sucesso do livro foi estrondoso e os grandes executivos do cinema não deixam nada para amanhã, em 2001 chegava, aos cinemas de todo o mundo, Harry Potter e a Pedra Filosofal.


Os produtores, no entanto, passaram por inúmeras dificuldades. Primeiro, tratava-se de uma produção trabalhosa, não só pela grandiosidade do filme em si, mas por ser uma adaptação de um livro e, ainda mais, um livro adorado por milhões de pessoas. Segundo, a principal dúvida era se todos os gastos seriam pagos com a futura bilheteria e, dessa maneira, impulsionaria a série pela sétima arte.


O resultado foi, invariavelmente, muito positivo para o estúdio: nos Estados Unidos, Harry Potter e a Pedra Filosofal bateu recorde histórico de bilheteria. Em apenas três dias de exibição, faturou mais de US$93 milhões. Além de, claro, bater recordes em outros países também. A série começou a dar indícios de ganhos rápidos e vantajosos, além de já atestar claramente que seria um sucesso. E foi.


A história do menino de onze anos que descobre ser bruxo encantou pessoas de todas as idades não só por seu enredo, mas pela gama de detalhes que a autora escreveu nos sete livros. Ela, não com a mesma grandeza, mas da mesma forma, criou um universo novo como J. R. R. Tolkien fez ao escrever O Hobbit e O Senhor dos Anéis. É difícil comparar obras assim: apesar de serem diferentes em suas respectivas histórias, caíram no gosto popular, abrangendo leitores de várias épocas, culturas e regiões.


Para os que ainda não sabem, em Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry, um garoto órfão vai morar com os tios após seus pais morrerem. Aos onze anos descobre que é um bruxo, assim como seus pais foram. A partir daí, passa a conhecer o mundo mágico e começa a estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, um grande castelo rodeado por um lago e uma misteriosa floresta. Lá faz amizade com um garoto ruivo chamado Rony e, após algumas divergências, com Hermione, a garota nerd-sabe-tudo da classe. Entre acontecimentos e pequenas aventuras, os três descobrem que alguém suspeito está tentando roubar algo escondido no castelo, algo de valor. Mais, esse alguém suspeito está também atrás de Harry, por algum motivo.


J. K. Rowling desenvolve essa trama em seu livro de forma a prender o leitor página após página. Durante as 263 páginas (na edição brasileira, publicada pela Rocco) embarcamos na linguagem simples e cativante da autora, que vai revelando as pistas da tal pedra filosofal e o porquê de tudo acontecer por sua causa.


O primeiro filme da franquia é, ao mesmo tempo, encantador e bobinho. Encantador pois o que os produtores prometeram, cumpriram: o livro de Rowling ficou bem representado na grande tela, com passagens muito parecidas e, para aqueles que não leram o livro, extremamente didático. Talvez é nesse ponto que mora o erro do primeiro filme da série Harry Potter: é certinho e didático demais. Muito tempo foi tomado por explicações demasiadas para abarcar um maior público. É claro que é de extrema importância levar em conta essas explicações, pois aqueles que não leram podem compreender um pouco mais os pequenos detalhes que se passam na história. Mas Harry Potter e a Pedra Filosofal exagera um pouco em tal quesito, muito disso promovido pela direção engessada de filme-família de Chris Columbus, diretor de Esqueceram de Mim.


Por outro lado, é um filme que deixa suas marcas. O Expresso de Hogwarts marchando pelas colinas ensolaradas, a chegada dos estudantes ao castelo através dos pequenos barcos, as cenas do quadribol (o esporte dos bruxos) e a da detenção na Floresta Negra, que chega a assustar, apesar de todo o clima de filme Sessão da Tarde.


Depois de dez anos, Harry Potter e a Pedra Filosofal parece, de certa forma, ter conseguido seu lugarzinho entre os filmes que serão lembrados por muito tempo, apesar de ainda ser relativamente uma produção recente. Mas a obra é importante e relevante por ter sido o impulso de toda a série no cinema, mesmo tendo um tratamento que não ousou em sua adaptação, ausência de ousadia essa que pode ter acontecido por receio de rejeição dos fãs ou por ter tido uma direção simples demais.





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Ewerton

Sobre o autor

Ewerton Estudante de Letras, gosta de escrever, ler e analisar tudo o que está em alta (ou não) no mundo pop atual e antigo. Curte música pop e indie e, nas horas vagas, brinca de ser crítico de cinema.
@ewertonmera A Bombonière

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