14 de dezembro de 2012

Resenha: Carrie, a Estranha, de Stephen King

Título: Carrie, a Estranha
Título Original: Carrie
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva
Páginas: 162

Sinopse:
Carrie, a Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente. Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.

Meu primeiro contato com o mestre do terror, Stephen King, não foi através de Carrie, mas de O Iluminado. A narrativa lenta deste último não me agradou, porque simplesmente a leitura não fluía. Nada acontecia, e descrições aos montes me fez abandoná-lo, porém com certo pesar: eu abandonei uma obra de Stephen King!

E quando tive a oportunidade de ler Carrie, a Estranha, encarar novamente o autor foi fácil. As opiniões positivas sobre seu novo livro Sob a Redoma me encorajaram a escolher um dos seus títulos mais notáveis, o primeiro escrito por ele, aproveitando, também a oportunidade de ler o livro antes do lançamento da refilmagem (mal posso esperar para assistir!).

Na cidade de Chamberlain, em Maine, Carietta White mora com a mãe Margaret White, uma religiosa doentia, e é privada de tudo o que gostaria de fazer. É uma garota recatada, de aparência estranha, que sofre bullying ao extremo, por onde quer que passe, já que a cidade é pequena.

Após os treinos na escola, no vestiário, Carrie se assusta a ponto de achar que está morrendo quando ocorre sua primeira menstruação, e isso é alvo de zoação por suas cruéis colegas, porém é acudida pela senhorita Desjardin, a treinadora, que penaliza as garotas pelos atos desumanos impedindo-as de ir ao baile de formatura.

Para sua mãe, a Maldição do Sangue atingiu sua filha porque ela não se manteve pura, por pecar, maltratando-a por isso.

" – E Deus fez Eva da costela de Adão - disse Mamãe. Seus olhos estavam enormes nos óculos sem aro; pareciam ovos pochês. Ela deu um chute de lado em Carrie, e a menina gritou. – Levante-se, mulher. Vamos entrar e orar. Vamos orar a Jesus por nossas almas fracas de mulher, perversas e pecadoras.
– Mamãe..."

Sue Snell, uma das garotas populares que zombou dela, sente que extrapolou e arrepende-se do que fez. Arruma uma forma de se redimir, e Carrie, enfim, poderá ir ao Baile de Formatura. Contudo, a popular, rica e mimada Chris Hargensen não deixa barata sua punição, e tem um plano em ação para acabar com a vida de Carrie.

O baile é o clímax da história. É também o início do fim.

(Fonte: Adoro Cinema)
Carrie não seria tão estranha se somente sofresse por ser como é. Ao longo dos anos, ela fazia coisas de mexerem, portas se fecharem, pedras caírem do céu exatamente sobre sua casa. Ela é dotada de poderes telecinésicos, segredo somente seu.

Os personagens são bem caracterizados, principalmente a coitada da Carrie, que sempre sofreu dentro do mundinho criado por sua mãe. Esta também é uma personagem memorável, com suas paranoias e crueldades (já deu pra perceber que quase todo mundo na história tem seu grau de maldade, né?).

Infelizmente eu já havia assistido ao filme muitos anos antes, então sabia o que iria acontecer, porém, a narrativa de King neste livro vai te jogando partes da história, porque ela não é linear.

O livro é escrito de uma forma curiosa, que ainda não tinha visto. Tanto por meio da narração, quanto por meio dos relatos coletados por um pesquisador sobre o caso. Girando sobre diversos pontos de vista, conhecemos tudo o que aconteceu à Carrie, através de sua própria visão, e do que Sue, e outros sobreviventes daquela noite relataram em jornais e artigos. Muito interessante a forma como tudo se entrelaça, mesmo quando um fato do final é citado no início, por exemplo. 

Contudo, mesmo King escrevendo de uma forma fácil nesse livro, e a história ser boa, a leitura se arrastou por semanas, e eu nem sabia o por quê! Talvez por querer que as coisas acontecessem mais depressa, e o autor sempre seguia os caminhos mais longos para contar os fatos (isso que dá assistir aos filmes antes de ler os livros). Talvez também pela diagramação apertada (as fontes são tamanho adequado), pelas folhas brancas, e pela falta de detalhes

Sim, estamos cada vez mais acostumados com livros esteticamente bonitos e cheios de detalhes marcando partes, capítulos. Esta edição é de 2001, e a narrativa, como falei, é toda particionada. Enquanto lia, senti muita falta de uma diferenciação de quando é história, quando é relato, quando termina um e começa outro. Comparando com os lançamentos de hoje, podemos ver que as editoras estão tendo muito mais cuidado com o produto final. Vale lembrar que a editora Suma de Letras está relançando os títulos do autor com novas capas.

Apesar de Stephen King ser considerado o rei do terror, não acho que Carrie, a Estranha siga este gênero, mas o suspense sobrenatural. Vale a pena conhecer esta história inesquecível. E corra ler antes do lançamento do filme em 2013!



   ~ Links ~   

Conheça o autor Stephen King na coluna Autores e seus Personagens.

Carrie, a Estranha pode ser encontrado nos seguintes sites:
Skoob     


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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
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