4 de outubro de 2011

Resenha: Menina Morta-Viva, de Elizabeth Scott

Título: Menina Morta-Viva
Título Original: Living Dead Girl
Autora: Elizabeth Scott
Editora: Underworld
Páginas: 172

Sinopse:
Era uma vez, eu era uma menininha que desapareceu. Era uma vez, o meu nome não era Alice. Era uma vez, eu não sabia como tinha sorte. Quando Alice tinha dez anos, Ray levou-a de sua família, seus amigos ― a sua vida. Ela aprendeu a desistir de todo o poder, para suportar toda a dor. Ela esperou que o pesadelo acabasse. Alice agora tem quinze e Ray ainda a tem, mas ele fala mais e mais da sua morte. Ele não sabe é o que ela anseia. Ela não sabe que ele tem algo mais assustador do que a morte em mente para ela. Esta é a história de Alice. É uma que você nunca ouviu falar, e que você nunca, jamais esquecerá.
Como é difícil terminar este livro.

Não porque a leitura não flui. Não por ser ruim. É por ser cruel.

Esteja preparado para ler Menina Morta-Viva, pois a criação de Elizabeth Scott (autora de Te Amo, Te Odeio, Sinto Sua Falta, Editora Underworld) não tem nada de bonito, engraçado, legal. É até difícil pensar em quantas Alices existem por aí, tão impotentes. Tão sem forças. Tão mortas.

Não estou falando de zumbis, vampiros, fantasmas. Falo de algo que, vira-e-mexe ouvimos em uma reportagem na TV abordando o tema, que já quase passa despercebido de tantos casos que nos bombardeiam: pedofilia.

Elizabeth mostra tudo. É perturbador.

Ray. O tipo de cara que encanta as mulheres. Que todas gostariam de tirar uma lasquinha. Gentil. Ótimo pai.
Alice. A filha obediente, prestativa, educada. Um pouco quieta, e até estranha. Sempre junto dele.

A imagem que a sociedade tem deles é assim: tudo maravilhoso. Só não sabem que Ray não a alimenta direito, não a deixa sair. Que ele a ama demais. É o que ele diz. Que a ama e quer que ela seja sempre sua garotinha. Não quer que ela cresça. Jamais.

" (...) Ray sorri ironicamente para mim. Deus-monstro, soberano do meu mundo.
Não digo nada e ele beija minha testa. 'Seja boazinha hoje. Muito, muito boazinha.' "

A autora escreve de forma tão fluida um tema tão forte, até não fazendo uso de vírgulas ou separação de falas dos pensamentos (te faz sentir certo desespero), que terminar o livro em poucas horas não é de se assustar. Além de ser uma história horrível, pesada, você sente tanta pena da atual Alice, que você se obriga a chegar até o final, na última página, para dar um basta naquilo tudo.

Triste é pensar que há crianças e adolescentes, todas Alices, por todo o mundo, que são molestados por Rays, a todo momento, e não têm forças para reagir.

Ao mesmo tempo que penso que outras pessoas não deveriam ler, não deveriam sentir o que esse livro quer passar, tanta dor, penso que todos deveriam ler, para saber como é, na verdade, a mente de um pedófilo nojento. Como age esse pedófilo nojento. Para darem mais valor à vida. Para não banalizarem atos assim.

Não dá para terminar a leitura e encarar como só mais uma leitura. Não dá para ficar calado.

Aqui, encerro.


Menina Morta-Viva pode ser encontrado nos seguintes sites:


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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
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