21 de outubro de 2011

Filme: Cherrybomb





Cherrybomb
Cherrybomb
2009
Reino Unido
Drama
86 minutos


Direção: Lisa Barros D'Sa e Glenn Leyburn
Roteiro: Daragh Carville


© 2009 Generator Entertainment
Há muitos filmes por aí que mostram a verdadeira realidade dos nossos tempos. Afinal, nem todo jovem hoje em dia é aquele santinho perfeito que muitas mídias enfeitam por aí. O cinema, com seu papel dismistificador, muitas vezes aparece por detrás da cortina e mostra sua cara para apresentar ao público filmes que jogam com o jovem porra-louca, perdido, desvairado, sem medidas.

O ator Rupert Grint, famoso por sua interpretação da personagem Rony nos filmes da série Harry Potter não parece, de primeira, um jovem desse tipo. Sua cara de bobo e suas ações mais bobas ainda na série demonstram, pelo menos, que ele é um ator capaz de montar um personagem carismático, mas, em partes, sem sal.

© 2009 Generator Entertainment
Com essa ideia, os diretores Lisa Barros D'Sa e Glenn Leyburn o chamaram pra estrelar em Cherrybomb, filme britânico que, digamos, pode entrar na seção de "filmes controversos". De fato, quando o primeiro trailer do filme foi liberado para o grande público, a imagem de Grint associada a um jovem cheirando cocaína com um amigo não foi uma coisa muito agradável para os pais cujos filhos cresceram com Harry Potter.

O roteiro conta com uma estória não muito complicada, mas realista. Malachy (Rupert Grint) e Luke (interpretado pelo bom Robert Sheehan) são amigos bem próximos. O primeiro trabalha em um centro esportivo e tem uma família que presa pela boa conduta. O segundo é o velho e perdido vagabundo, tem um pai totalmente viciado em drogas e um irmão mais velho que sua a camisa para ganhar dinheiro e sustentar o pai e o irmão.

© 2009 Generator Entertainment
Ambos estão levando suas vidas quando, de repente, a filha do patrão de Malachy, Michelle (interpretada pela também boa Kimberley Nixon), muda-se de uma cidade menor para a cidade deles. Ela será a válvula de escape da vida de Malachy e o ponto de partida para a rivalidade de Luke. É a garota que vai desafiar os garotos a fazerem coisas loucas (e, claro, ilegais) para conseguirem sua atenção (e, claro, algo mais).

É a partir desse ponto que o filme mostra os dois garotos adentrando por uma noite irrefreável. Penteados feitos, roupas postas e muita energia para ser gasta. Cocaína, maconha, ecstasy, música eletrônica, rock alternativo, rachas de carro, festa na piscina alheia e até um pouco de ultraviolência. Todos esses ingredientes misturados para uma explosão final.

© 2009 Generator Entertainment
É, por um lado, muito bom ver Rupert Grint se desvinculando da imagem do ser bobo e bonzinho que é o seu personagem em Harry Potter. Em Cherrybomb ele está sem limites. Droga-se para ganhar a recompensa de Michelle, transa com ela na cama de seu próprio pai. Seu papel pede para que ele realmente esqueça seu lado bonzinho e demonstre ser um verdadeiro non-sense. E ele o faz. Entrega-se ao papel e demonstra ser realmente um bom ator.

A música acompanha o ritmo eletrizante. Muito som eletrônico, muitos sintetizadores e muito rock indie para ambientalizar uma boate noir ou uma festa improvisada regada a muita "coisa errada", como classificariam os pais consternados.

No fim, percebemos que Cherrybomb é realmente uma bomba doce. Explosivo, acelerado, inquieto. Mas, em rápidos intervalos, adocicado, mostrando que, apesar das consequências que chegam depois, o momento de ápice (carnal, psíquico etc.) passa de forma suave, doce.


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Ewerton

Sobre o autor

Ewerton Estudante de Letras, gosta de escrever, ler e analisar tudo o que está em alta (ou não) no mundo pop atual e antigo. Curte música pop e indie e, nas horas vagas, brinca de ser crítico de cinema.
@ewertonmera A Bombonière

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