Laranja Mecânica
A Clockwork Orange
1971
Reino Unido
Ficção Científica
138 minutos
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick
Baseado na Obra de: Anthony Burgess
© 1971 Warner Bros. |
A verdade é que a película gerou polêmica. E com a polêmica sempre há um sucesso garantido. Seja esse bom ou ruim. No caso, Stanley Kubrick preparou mais uma obra de arte filmada, provando que não era apenas um diretor tentando causar repercursão com seus filmes.
O filme é baseado no romance de Anthony Burgess, livro lançado pelo inglês em 1962. A estória é ambientada num futuro distante, onde a sociedade ainda convive com problemas da atualidade: violência, presídios, criminalidade...
© 1971 Warner Bros. |
Alex também é o narrador. Através de suas falas em off, acompanhamos o desenvolvimento da personagem durante o filme; ele usa de uma linguagem própria, com gírias. Essas gírias vêm do livro de Burgess, que misturou o inglês e o russo, além das gírias dos cockneys, habitantes de East End, em Londres.
Malcolm McDowell interpreta o protagonista e é a essência do filme. O próprio Kubrick comentou em entrevista que nunca teria concluído Laranja Mecânica sem a presença, a atuação, as sugestões de McDowell. Na cena do estupro, por exemplo, Alex canta Singin' In The Rain enquanto pratica o ato violento contra a mulher; a música durante a cena foi ideia do ator, Kubrick gostou e aproveitou-a brilhantemente nos créditos finais também.
© 1971 Warner Bros. |
Os elementos da vida de Alex, seus gostos, por exemplo, também compõe um cenário criativo e fantástico no filme. Alex, de forma geral, é um eclético: estupra mulheres, gosta da velha e boa ultraviolência mas também ouve Beethoven.
© 1971 Warner Bros. |
A trilha sonora presente no filme é espetacular, contando, em boa parte, com a música clássica de Beethoven, Rossini, entre outros. A cena onde Alex leva duas garotas para casa, no embalo de William Tell, é uma das mais engraçadas e criativas da película. A edição está presente da melhor forma possível também, com todas as posições de câmera e tomadas milimetricamente pensadas e analisadas por Kubrick durante todo o filme.
© 1971 Warner Bros. |
A personagem Alex pode ser uma metonímia para a sociedade de um futuro próximo, mas, de certa forma, não tão distante; afinal, estamos aqui, hoje, sob as rédeas de governos, leis e punições. E, ao final do filme, acabamos por pensar: pela anarquia vale realmente a pena passar por castigos, torturas e tratamentos apenas para provar que, no fundo, no fundo, nenhum governo quer a segurança e bem-estar de uma sociedade feliz e próspera?
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Sobre o autor
Ewerton Estudante de Letras, gosta de escrever, ler e analisar tudo o que está em alta (ou não) no mundo pop atual e antigo. Curte música pop e indie e, nas horas vagas, brinca de ser crítico de cinema.
@ewertonmera
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